Robôs e Humanos Dividem a Pista na Primeira Meia Maratona Humanoide do Mundo em Pequim
Descubra como as máquinas se saíram na corrida, os desafios enfrentados e o que essa competição revela sobre o futuro da robótica.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
4/23/20252 min read
Um marco na integração entre tecnologia e esporte chama atenção na China
No último sábado (19), um evento histórico aconteceu na capital chinesa, Pequim: a primeira meia maratona do mundo com participação de robôs humanoides ao lado de corredores humanos. O percurso de 21 quilômetros, realizado no distrito de Yizhuang, reuniu 21 androides produzidos por empresas como DroidUP e Noetix Robotics, além de milhares de atletas.
Androides com rostos expressivos e tênis de corrida
Os robôs participantes variavam bastante em forma e tamanho — de pouco mais de 1 metro até quase 1,80 m de altura. Alguns tinham traços que imitavam feições humanas, como olhos que piscam e sorrisos programados, dando um ar quase realista às máquinas.
Antes da competição, diversas empresas passaram semanas testando e calibrando seus robôs. Segundo autoridades locais, o evento exigiu estruturas semelhantes às de corridas automobilísticas, com equipes de engenharia e suporte técnico em campo.
Tecnologia na pista (e fora dela)
Durante a corrida, cada robô era acompanhado de um treinador humano. Em alguns casos, os assistentes precisaram intervir fisicamente para manter os androides em movimento. Detalhes curiosos chamaram atenção: um robô usava luvas de boxe, outro vestia uma faixa vermelha com os dizeres “Destinado a vencer”.
O destaque ficou por conta do robô Tiangong Ultra, do Centro de Inovação em Robótica Humanoide de Pequim, que concluiu os 21 km em 2 horas e 40 minutos — um tempo impressionante para uma máquina. O desempenho se deve, segundo a equipe responsável, às longas pernas do robô e a um algoritmo avançado que simula com precisão o padrão de corrida humano.
Nem todos cruzaram a linha de chegada
Apesar dos avanços, nem todos os robôs conseguiram completar a prova. Alguns tropeçaram logo na largada, enquanto outros colidiram com barreiras ou tiveram dificuldades para se manter em pé.
Esses desafios mostram que, apesar do progresso, ainda há um longo caminho até que os robôs consigam competir de igual para igual com humanos em tarefas físicas complexas.
Potencial industrial ou apenas espetáculo?
A China aposta pesado em tecnologias de ponta como a robótica para impulsionar sua economia. No entanto, especialistas internacionais veem com ceticismo a utilidade prática dessas demonstrações.
Para Alan Fern, professor de IA e robótica na Universidade Estadual de Oregon, o que se viu em Pequim não representa uma grande inovação tecnológica. “Correr, andar ou dançar são tarefas que já foram dominadas por robôs há mais de cinco anos. O foco precisa estar na funcionalidade real dessas máquinas”, comentou.
Apesar disso, Tang Jian, diretor técnico do centro responsável pelo Tiangong Ultra, é otimista: “Nosso próximo passo é colocar esses robôs para trabalhar em fábricas, escritórios e, futuramente, dentro de casa.”
Curiosidades desta corrida inusitada:
O robô vencedor precisou trocar de bateria apenas três vezes.
Um dos androides exibiu traços femininos e foi programado para sorrir.
Alguns robôs usaram tênis esportivos de verdade.