Nasce o Primeiro Bebê Concebido por Fertilização por AI: Um Marco para a Reprodução Assistida
A ciência acaba de dar mais um salto impressionante: nasceu o primeiro bebê do mundo concebido por um processo de fertilização totalmente automatizado.
4/18/2025


A ciência acaba de dar mais um salto impressionante: nasceu o primeiro bebê do mundo concebido por um processo de fertilização totalmente automatizado. O procedimento foi realizado com sucesso através de um sistema digital de injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), sem intervenção manual, em um laboratório de fertilização in vitro no México. Este avanço inédito foi descrito na revista Reproductive Biomedicine Online e pode revolucionar a reprodução assistida.
A técnica de ICSI, criada nos anos 90, consiste na injeção de um único espermatozoide diretamente no óvulo, e normalmente é realizada manualmente por embriologistas especializados. Porém, como mostra o estudo, a habilidade e o desempenho dos profissionais podem variar bastante. É aí que entra a proposta inovadora da automação: padronizar o processo, aumentar a precisão e melhorar os resultados.
Desenvolvido pela startup Conceivable Life Sciences, com sedes em Nova York e Guadalajara, o sistema automatizado realiza todas as 23 etapas da ICSI com auxílio de inteligência artificial e controle remoto digital. O espermatozoide é selecionado e imobilizado com precisão milimétrica por um laser, antes de ser inserido no óvulo — tudo operado a distância, inclusive a 3.700 km do local do procedimento.
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O caso que gerou o nascimento do bebê envolveu uma paciente de 40 anos, que havia tido uma tentativa de fertilização frustrada anteriormente. No experimento, cinco óvulos foram submetidos ao novo sistema e outros três, ao método tradicional. Quatro dos óvulos automatizados foram fertilizados com sucesso, e um deles gerou um embrião saudável, que evoluiu até o estágio de blastocisto e foi transferido com sucesso para o útero da paciente.
Apesar de o tempo médio por óvulo ainda ser um pouco superior ao método manual (cerca de 10 minutos), os desenvolvedores esperam reduzir isso à medida que a tecnologia for refinada. Mais estudos com grupos maiores ainda são necessários, mas os resultados até agora são promissores.
Esse avanço é parte de uma tendência crescente de automação nos laboratórios de fertilização, que já utilizam IA para monitorar embriões, prever taxas de sucesso e até durante o armazenamento de células reprodutivas. A chegada de um bebê saudável fruto de um processo 100% automatizado marca um divisor de águas para a medicina reprodutiva — e talvez para o futuro da criação de vidas humanas.
Em breve, a fertilização in vitro pode deixar de depender da mão humana, ganhando em precisão, segurança e acessibilidade. O futuro da reprodução já começou.